quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Que Dia!!!

E ontem o dia foi intenso, turma! Cheeeeeeeio de emoções! Para comemorar o DIA DO PALHAÇO, começamos nos encontrando no Ideal Café Teatro para aquecermos nosso olhar de vagalume, nos preparando juntos para o Cortejo na Praça 7, no centro de BH. A caminho, o ônibus era só alegria! Os rapazes do batuque garantindo o ritmo do aquecimento! Vejam que gracinha, meu amigo, o Palhaço Jururuba, ops!... digo... Jurubeba (abaixo), comandando a galera! :o) Palhaços e palhaças de todos os lugares, tipos e tamanhos, juntos, fizeram a maior farra distribuindo ao público passante 10 mil narizes vermelhos, proporcionando-lhes a experiência de vivenciar o mundo por trás desta máscara. Depois, numa manifestação muito bem humorada, como não poderia deixar de ser... os palhaços chuparam pirulito aos pés do famoso Pirulito da Praça. Circenses e malabaristas prestigiaram o encontro, que contou até mesmo com o espetáculo de Moisés, o Rei do Pedal e a presença de Frei Xico - um frei muito do bacana, que escolheu o palhaço como arcabouço de sua irreverência. E não querendo puxar sardinha pra lata de ninguém, mas já o fazendo... precisamos registrar e parabenizar a Denise (à direita), arcanja elétrica deste Festival, que ligada em 220v, ontem deu um banho de alto astral: a menina estava um periiiiiiiiiiiiigo com aquele alto-falante na mão!!! hihihiiii Prosseguindo nossa programação, tivemos a homenagem ao Palhaço Alegria, que recebeu sua placa comemorativa com cortejo de palhaços de Minas, do Brasil e do Mundo! Muitas emoções... seguidas do espetáculo Palhaçadas Variadas 2, no qual se apresentaram Pimentão e Pimentinha, Tampinha e Tomate, Tetéia (Grécia), Florina e Fusaca, Palhaço Carrapicho, Palhaça Pororoca e... pra finalizar... nos dando a emoção desta surpresa e fechando com chave de ouro nosso dia: o Palhaço Alegria!!!, apresentando um número tradicional de circo em companhia do Palhaço Rapadura. Ufa! O dia terminou, mas ainda tem maaaaaaaaais... Ah, se tem!




Carrapicho, Fusaca, Alegria, Grande Celo, Mel, Titetê

Senhor da Alegria

Aos presentes vou contar
A história de uma vida
Um palhaço, então menino
Já nascido nessa lida

Sob as tendas do Novo Mundo
Fundado por Furtuoso
Sucederam Francisco e Álvaro
Que hoje conta orgulhoso:

Dos setenta e cinco de idade
Sete-zero de picadeiro
Aos cinco, o saudoso Hernani
Foi quem me ensinou primeiro:

_Eis a piada do eco
Sua cara já está pintada
Declaro-te malandreco
Mascote da gargalhada!

Vestido sempre de gala
Com seu nobre figurino
O palhaço fez escala
No crescer do seu menino

Do arame pro trapézio
E deste, pra acrobacia
Houve até globo da morte
Contorcionismo e magia

Foi também sob tais tendas
Que ele se apaixonou
No centro da grande lona
Um lindo altar montou
E aos seus 17 anos
Maurita ele desposou

Não é preciso esforço
Para logo concluir
Que toda sua linhagem
No circo ia prosseguir

Os filhos, são dezenove
E netos, quarenta e seis
Bisnetos crescendo, cinco
O resto... eu já não sei!

E hoje, os engravatados
Tornando à casa do pai
Revisitam seu picadeiro
Pois da veia o dom não sai

Marinho de sobrenome
Não fez tudo sempre azul
Há passagens que se somem
No fundo desse baú

O Circo Novo Mundo
Se foi com um vendaval
Não sobrou uma agulha
Daquela herança ancestral

Tocando a bola pra frente
E sempre com alto astral
Seu Álvaro e Dona Maurita
Criaram o Circo Cristal

Perguntado pela razão
Da nova alcunha da tenda
A companheira sorri
Contando sem muita emenda

Foram dias, noite adentro
Molhando o rosto em cumbuca
Costurando um a um
Aqueles sacos de açúcar

Cortado de Norte a Sul
Este Brasil de Meu Deus
Já sorriu com o Alegria
E hoje... sorri dos seus

Toda uma vida na estrada
O desiderato do riso
Foi bênção lhe atribuída
Conquanto o pouco siso

Mazzaropi e Piolin
Chacarita e Carequinha
São alguns contemporâneos
Referências desta linha

Divertidos... às vezes, tristes
Curiosos e inusitados
Seus casos nos surpreendem
Quando por ele contados

Vaidoso com seu número
Da Mulher Degolada Viva
Não sabia estar na platéia
A polícia em comitiva

Com o fim do espetáculo
Lascou-lhe voz de prisão
Por ter matado sua filha
Na frente da multidão

Veja bem, seu delegado!
Eu não sou nenhum bandido!
Se mato um filho por show...
...sou eu quem está perdido!

E assim, reconhecendo
O valor de sua história
Nosso encontro homenageia
Um artista, sua glória...
Dando vivas ao Alegria
E sua honrosa memória!

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