Oi, Gente! Quarta-feira, fui em companhia do Beto (peça rara) visitar seu Álvaro, o Palhaço Alegria (peça mais rara ainda), para conhecer melhor um pouquinho de sua história. Recebidos com muito carinho, tivemos uma tarde curiosa, rimos bastante. Aqui vai um pouco, do muito que se tem a saber sobre uma figura única como ele. E aproveitamos para desde já agradecer a calorosa recepção.
Álvaro Marinho, o PALHAÇO ALEGRIA, hoje com 75 anos de idade, diz orgulhoso ter 70 anos de circo. Atualmente residente em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, conta que nasceu dentro do Circo Novo Mundo, de propriedade de seu pai, Francisco Marinho. Tendo passado boa parte de sua infância em Governador Valadares, brinca que lá não faz espetáculos, porque a família enche o circo e ele acaba trabalhando de graça. Aos 5 anos, teve sua cara pintada de palhaço pela primeira vez, por Hernani Lobo, de quem lembra com carinho por tê-lo iniciado nesta arte, ensinando-lhe a piada do eco - seu primeiro número. A partir daí, fez de tudo um pouco - sempre vestido de palhaço - números em arame, trapézio, malabares, acrobacias, contorcionismo, mágica e até globo da morte montado em sua bicicletinha. Foi também no picadeiro, como não poderia deixar de ser, que armou um altar e se casou, aos 17 anos, com Dona Maurita - a Marinete. Não é preciso muita força para adivinhar que seus 19 filhos, 46 netos e 5 bisnetos cresceram respirando a atmosfera circense e que, muitos deles, quando voltam pra casa tirando férias do terno e gravata, revisitam o picadeiro do Alegria, colocando em prática a veia artística que ele fez proliferar. Falando dos velhos tempos, lembra do vendaval que destruiu o Circo Novo Mundo herdado de seu avô, o longevo Furtuozo Marinho, que morreu aos 135 anos de idade, deixando à sua descendência um legado que atravessaria dois séculos de história. Foi deste lamentável episódio, que nasceu o atual Circo Cristal - assim batizado com o bom humor característico de Seu Álvaro, por ter sua lona sido confeccionada com centenas de pacotes de açúcar cristal, pacientemente costurados um a um, pela fiel companheira, Dona Maurita. Recorda ainda, com alegria a convivência com o comediante Mazzaropi, os palhaços Piolin, Chacarita, Carequinha (pai) e tantos outros maravilhosos protagonistas do circo deste Brasil afora, por onde passou despertando sorrisos e emoções. Os casos são muitos - tristes, alegres, divertidos, inacreditáveis - natural de quem passou toda uma vida na estrada, cumprindo um desiderato que lhe foi dado como uma bênção. Dentre eles, conta já ter recebido até mesmo, voz de prisão de um delegado que o assistiu apresentar o número da "mulher degolada viva", acusando-lhe de ter matado a própria filha. "Se eu fosse matar um filho a cada espetáculo eu estava perdido!" - comenta rindo do episódio. Seu Álvaro aposentou-se como artista circense, mas não pára nunca. E é reconhecendo o valor de histórias como esta, que o Palhaço Alegria foi escolhido pelo Palhaçadas em Geral, como nosso ilustre homenageado de 2008.
2 comentários:
Pinteitudeazul..!!
ese e mel avo eu paloma tenho muito orgulho de ter ese encrilvel homem como mel avo
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